Reunião comunitária sobre áreas de risco na Paróquia de São Bento

Encontro estratégico na Paróquia de São Bento, Cidade Nova.

O Instituto Social Terra & Gente realizou, no dia 8 de novembro de 2025, uma reunião comunitária estratégica na Paróquia de São Bento, localizada na Rua Professor Félix Valois, próximo ao Terminal 3, no bairro Cidade Nova.

Coordenação Executiva da Ação:

A reunião foi conduzida pela liderança executiva do Instituto, garantindo o caráter técnico e político necessário para a pauta. Estiveram à frente dos trabalhos:

  • Amélia S. Castro (Coordenadora Geral)
  • José Amâncio Brasil Júnior (1º Secretário)
  • Antônio José do Nascimento (1º Tesoureiro)
  • Washington Luís S. Leal (Diretor de Projetos e Estratégia)

O encontro reuniu famílias, professores, profissionais liberais, moradores(as) dos bairros América do Sul, Terra Nova, Monte das Oliveiras, Cidade de Deus e Cidade Nova, regiões que compõem alguns dos territórios mais populosos e vulneráveis da Zona Norte de Manaus, todos preocupados com o histórico de áreas suscetíveis a deslizamentos, erosões e instabilidade geológica durante o período de chuvas.

A reunião ocorreu em um momento de alerta: mesmo não sendo ainda o período mais intenso das chuvas, que tradicionalmente se concentram nos períodos de dezembro e maio, este mês de novembro de 2025 já registrou precipitações acima da média, provocando sinais claros de instabilidade em diversas áreas da Zona Norte. Isso reforça que o risco de deslizamentos é real e antecipado, exigindo ações preventivas e respostas imediatas do poder público.

Regiões com risco elevado e recorrente

Durante o encontro, o Instituto apresentou mapas de suscetibilidade a deslizamentos, que destacam que a Zona Norte concentra algumas das áreas mais críticas de Manaus, com ênfase para:

  • Encostas instáveis na Cidade de Deus.
  • Trechos adensados e historicamente frágeis na Cidade Nova.
  • Áreas com erosão acelerada e solo exposto no Terra Nova.
  • Setores com deslizamentos recorrentes no América do Sul.
  • Áreas encharcadas e fissuras no solo no Monte das Oliveiras.
Registros das áreas vulneráveis apresentados na reunião.

Esses dados reafirmam levantamentos realizados desde 2024, que apontam mais de 600 setores geológicos de risco na capital. Embora a Defesa Civil realize o monitoramento, a ação estrutural preventiva ainda é insuficiente, obrigando muitas comunidades a viverem à mercê da chuva.

Moradores relataram situações críticas: casas com rachaduras que aumentam a cada chuva, terrenos cedendo, taludes instáveis, galerias entupidas que agravam a erosão e ruas que se tornam inseguras mesmo após chuvas de curta duração.

Compromissos assumidos pelo Instituto

Diante das demandas apresentadas pela comunidade, o Instituto reafirmou seu compromisso com ações concretas e de impacto social direto:

1. Criação do Dossiê Zona Norte 2025

Documento técnico-social que reunirá mapas das áreas de risco, registros fotográficos, relatos dos moradores, histórico de ocorrências e identificação de pontos críticos prioritários.

2. Solicitação de vistorias emergenciais

Serão enviados ofícios à Defesa Civil Municipal, SEMMASC, SEMMULSP, SEMINF e outros órgãos responsáveis, solicitando avaliação técnica urgente nos setores mais vulneráveis apresentados pelos moradores.

3. Formação Comunitária em Prevenção

O Instituto iniciará um ciclo de encontros comunitários para orientar famílias sobre sinais de risco, rotas de evacuação, cuidados básicos domésticos em épocas de chuva e monitoramento coletivo das áreas suscetíveis.

4. Ampliação das articulações institucionais

O Instituto buscará parcerias com universidades, conselhos municipais, redes solidárias e pesquisadores para fortalecer políticas públicas de prevenção e habitação segura.

5. Incidência pública

Os dados serão sistematizados e apresentados aos órgãos públicos, reforçando a urgência de obras preventivas, drenagem, contenção e ações estruturantes de longo prazo.

A força da comunidade como protagonista

A reunião mostrou que os moradores conhecem seu território melhor do que qualquer outro órgão, entendem os riscos, sabem onde os problemas começam e o quanto o descaso estrutural tem agravado a insegurança local. A construção de soluções só é possível quando o poder público escuta e leva em consideração o conhecimento comunitário, e o Instituto reforçou que sua atuação seguirá valorizando essa perspectiva.

“O Instituto reafirma seu papel como defensor das comunidades da Zona Norte, atuando como ponte entre os moradores e o poder público, o diagnóstico e a ação concreta.”

Em um contexto em que as chuvas de novembro de 2025 já demonstram anomalias climáticas e riscos antecipados, nossa resposta deve ser firme, articulada e imediata. O Instituto Social Terra & Gente segue comprometido com a proteção das famílias e com a construção de uma Zona Norte mais segura, digna e preparada para enfrentar os desafios ambientais que já estão em curso.

Instituto Social Terra & Gente

Articulação, diagnóstico e mobilização comunitária