Debate da Agenda Municipal Sustentabilista em Manaus com participantes reunidos

Encontro promovido pela Fundação Rede Brasil Sustentável e Legisla Brasil.
Professor José Amâncio Brasil Júnior - Instituto Social Terra & Gente.

No dia 26 de outubro de 2023, o Instituto Social Terra & Gente participou, em Manaus, do debate promovido pela Fundação Rede Brasil Sustentável e pelo Legisla Brasil, iniciativa que integrou a Agenda Municipal Sustentabilista, série de encontros realizados em várias cidades do país para a construção colaborativa de propostas ambientais voltadas às eleições municipais de 2024.

O debate foi conduzido por Tacius Fernandes, diretor administrativo-financeiro da Fundação Rede, e reuniu representantes de partidos políticos, organizações apartidárias, ONGs, pesquisadores, empresas, veículos de comunicação e lideranças políticas do Amazonas. A proposta central do encontro foi compilar ideias e diretrizes para um programa municipal de políticas públicas socioambientais, orientado por um olhar regional e pela realidade amazônica.

O Instituto Social Terra & Gente participou do encontro representado pelo Professor José Amâncio Brasil Júnior, 1º Secretário, reforçando uma perspectiva que, muitas vezes, se perde nas grandes agendas ambientais: o protagonismo das comunidades periféricas, ribeirinhas e tradicionais que vivem a Amazônia na prática, e não como conceito político ou produto de mercado.

Um debate que busca fortalecer agendas ambientais

Durante o evento, Tacius Fernandes destacou que as contribuições coletadas servirão de base para um programa de governo de caráter ambientalista, aberto a candidaturas de diferentes siglas que desejem incorporar a agenda verde. O encontro contou com representantes de partidos como Rede, Podemos, PT e PSB.

“Existe um campo socioambientalista que precisa ser subsidiado com conhecimento técnico e vivências reais do território.”
– Tacius Fernandes.

Para o Instituto Social Terra & Gente, essa é exatamente a lacuna que precisa ser enfrentada: políticas ambientais não podem ignorar a experiência das comunidades que vivem nas periferias urbanas, nas margens dos rios ou dentro da floresta.

A importância da realidade amazônica na formulação de políticas

Vanda Witoto, liderança indígena, discursando durante o evento

Vanda Witoto em destaque durante o debate.

Entre os debatedores, lideranças como Vanda Witoto, diretora de políticas sociais e tecnologias da Fundação Rede e referência indígena, reforçou a necessidade de leis pensadas a partir da base, especialmente para educação, saúde e infraestrutura em territórios indígenas.

O ex-deputado federal José Ricardo também destacou a falta de planejamento urbano em Manaus que considere a qualidade de vida e as dinâmicas ambientais da cidade.

Para o Instituto, tais apontamentos reafirmam que não existe sustentabilidade sem territorialidade. Manaus vive problemas severos, queimadas, fumaça, calor extremo, poluição, expansão urbana desordenada, que não podem ser tratados apenas como pautas eleitorais, mas como emergências sociais que atingem principalmente as populações mais pobres.

Economia e sustentabilidade: uma pauta inseparável

Professores e especialistas presentes reforçaram a necessidade de unir sustentabilidade e economia de forma equilibrada, apontando caminhos como bioprodutos, cosméticos, biotecnologia e alternativas ao Polo Industrial de Manaus.

Essa visão dialoga com os princípios do Instituto Social Terra & Gente, que defende a valorização das cadeias produtivas comunitárias, combinando saber tradicional e inovação tecnológica para gerar renda sem destruir o território.

O papel do Instituto Social Terra & Gente no debate

A participação do Instituto neste encontro, através do Professor José Amâncio Brasil Júnior, teve como foco:

  • Garantir que a voz das periferias e comunidades tradicionais estivesse presente.
  • Ressaltar que não há política ambiental eficaz sem participação social real.
  • Defender que a Amazônia não pode ser tratada como vitrine, recurso econômico abstrato ou bandeira política, mas como lugar de vida, onde existem pessoas, histórias e direitos.
  • Contribuir com uma visão crítica sobre a necessidade de políticas públicas que fortaleçam autonomia, organização social e protagonismo comunitário.

Para o Instituto Social Terra & Gente, a construção de uma agenda ambiental para 2024 só terá legitimidade se partir do reconhecimento de que:

“Não existe floresta sustentável com povo invisível.”

A importância do envolvimento da sociedade civil

O evento contou também com a participação da mídia independente, representada pela jornalista Paula Litaiff, que reforçou o papel do jornalismo na construção do pensamento social e na mediação entre sociedade e políticas públicas.

Essa articulação entre organizações civis, academia, imprensa e lideranças comunitárias é essencial para que a pauta socioambiental avance com responsabilidade, transparência e compromisso com a vida amazônica.

Instituto Social Terra & Gente

Comunicação Institucional